sexta-feira, 29 de maio de 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

K à gada




Formação de texto

Quando me disponho à vestir o escafandro e entrar nas profundezas do esgoto do blog da Veja, às vezes me espanto com as investidas professoris que o cidadão se dispõe à fazer.
Ele chama vários dos seus textos de "textos de formação". hahaha!!! É rir pra não chorar....
Mas vamos à um texto, publicado ontem no blog Brasília, eu ví, do jornalista Leandro Fortes.
Este sim, pode ser considerado um texto de formação.
Vamos a ele:
"Eu estava mesmo querendo falar sobre essa incrível cruzada ao fundo do poço que a oposição, PSDB à frente, decidiu empreender contra a Petrobras, justo no momento em que a empresa se posiciona como uma das grandes do planeta. Sim, a inveja é uma merda, todo mundo sabe disso, mas mesmo a mais suntuosa das privadas tem um limite de retenção. Como não se faz CPI no Brasil sem um acordo prévio com publishers e redações, fiquei quieto, aqui no meu canto, com meus olhos de professor a esperar por um bom exemplo para estudo de caso, porque coisa chata é ficar perdido em conjecturas sem ter um mísero emblema para oferecer aos alunos ou, no caso, ao surpreendente número de pessoas que vem a este blog dar nem que seja uma olhada. Pois bem, esse dia chegou.
Assinante do UOL há cinco anos, é com ele que acordo para o mundo, o que não tem melhorado muito o meu humor matutino, diga-se de passagem. De cara, vejo estampada, em letras garrafo-digitais, a seguinte manchete:
Petrobras gastou R$ 47 bi sem licitação em seis anos
Teca, minha cocker spaniel semi-paralítica, se aninha nos meus pés, mas eu não consigo ficar parado. Piso nas patas traseiras dela, mas, felizmente, ela nada sente. A dedução, de tão lógica, me maltrata o ânimo. Se tamanha safadeza ocorreu nos últimos seis anos, trata-se da Era Lula, redondinha, do marco zero, em 2003, até os dias de hoje. Nisso, pelo menos, a matéria não me surpreende. Está lá: Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras gastou cerca de R$ 47 bilhões em contratos feitos sem licitação, informa reportagem de Rubens Valente, publicada na Folha desta quarta-feira (
íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). Pá-pá-pá. Preto no branco. Tiro à queima roupa. Um lead jornalístico seco como biscoito de polvilho. Desde que chegou ao Planalto, Lula deixou a Petrobrás gastar 47 bilhões de reais em contratos sem licitação. Vamos, portanto, à CPI. Nada de chiadeira. Demos e tucanos, afinal, têm razão. Bilhões delas. Dane-se o Pré-Sal
e o mercado de ações. Quem for brasileiro que siga Arthur Virgílio!
Mas, aí, vem o maldito segundo parágrafo, o sublead, essa réstia de informação que,
pudesse ser limada da pirâmide invertida do texto jornalístico, pouparia à
oposição tocar a CPI sem o constrangimento de ter que bolar malabarismos
retóricos em torno das informações que se seguem. São elas, segundo a Folha On
Line: Amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso em 1998 e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), a petroleira contratou sem licitação serviços como construção, aluguel e manutenção de prédios, vigilância, repasses a prefeituras, gastos com advogados e patrocínios culturais, entre outros. O valor corresponde a 36,4% do total de gastos com serviços (R$ 129 bilhões) da petroleira de janeiro de 2003 a abril de 2009. A prática não começou com Lula. Somente entre 2001 e 2002, sob a administração de Fernando Henrique (PSDB-SP), a petroleira contratou cerca de R$25 bilhões sem licitações, em valores não atualizados.
Parem as rotativas digitais! Contenham as massas! Abatam os abutres! Como é que é? Volto à minha sala de aula imaginária (só poderia ser, porque hoje eu nem dou aula). Vamos fazer uma análise pontual do texto jornalístico, menos pelo estilo, impecável em sua dureza linear, diria até cartesiana, mas pela colocação equivocada das informações. Depois caem de pau em cima de mim porque defendo a obrigatoriedade do diploma. Vamos lá:

1) Na base da pirâmide invertida, há uma informação que deveria estar no lead e, mais ainda, no título da matéria. Senão, vejamos. Se entre 2001 e 2002 a Petrobras gastou 25 bilhões, “em valores não atualizados” (???), em contratos sem licitações, logo, a matéria deveria começar, em seu parágrafo inicial, com a seguinte informação: “Nos últimos oito anos, a Petrobras gastou R$ 72 bilhões (R$ 47 bilhões + R$ 25 bilhões, “em valores não atualizados”) em contratos sem licitações. Então, CPI nessa cambada! Mas que cambada? Sigamos em frente.
2) O mesmo derradeiro parágrafo informa que a “prática” se iniciou “sob a administração” de Fernando Henrique Cardoso, aquele presidente do PSDB. Aliás, reflito, só é “prática” porque começou com FHC. Se tivesse começado com Lula, seria bandalha mesmo. Mas sou um radical, não prestem atenção em mim. Continuemos a trabalhar dentro de parâmetros técnicos e jornalísticos. Logo, a CPI tem que partir para cima do PT e do PSDB. Um pouco mais em cima do PSDB. Por quê? Explico.
3) Ora, até eu que sou jornalista e, portanto, um foragido da matemática, sou capaz de perceber que se a Petrobrax de FHC gastou R$ 25 bilhões (em valores não atualizados!) em contratos sem licitação em apenas dois anos, e a Petrobras de Lula gastou R$ 47 bilhões em seis anos, há um desnível de gastos bastante razoável entre um e outro. Significa, por exemplo, que FHC gastou R$ 12,5 bilhões por ano. E Lula gastou R$ 7,8 bilhões por ano. Ação, segundo a reportagem da Folha, “amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal)”.
Poderia até acrescentar que a Petrobras vale no mercado, hoje, R$ 300 bilhões, e que valia R$ 54 bilhões quando FHC deixou o governo. Mas é preciso manter o foco jornalístico, sem exageros.

4) Temos, então, uma lógica primária. Com base em uma lei de FHC, amparada pelo STF, a Petrobras tem feito contratos sem licitações, de 2001 até hoje. A “prática” é irregular? CPI neles! Todos. Mas, antes, hora de refazer o título e o lead!

Petrobrás gastou R$ 72 bi em contratos sem licitação, em oito anos
Desde 2001, durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), até abril deste ano, a Petrobras gastou cerca de R$ 72 bilhões em contratos feitos sem licitação. Os gastos foram autorizados, em 1998, por um decreto presidencial assinado por FHC e, posteriormente, amparados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre 2001 e 2002, a empresa, sob administração tucana, gastou R$ 25 bilhões em contratos do gênero, em valores não atualizados, uma média de R$ 12,5 bilhões por ano. No governo Lula, esses gastos chegaram a R$ 47 bilhões, entre 2003 e abril de 2009, uma média de R$ 7,8 bilhões anuais.
Bom, não sei vocês, mas eu adoro jornalismo. Em valores atualizados, claro".

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Relembrando Protógenes

No dia em que o delegado protógenes lança o seu novo site, vamos relembrar a entrevista (melhor que a televisionada) dada à jornalista que cobre os bastidores do programa Roda Viva da TV Cultura.


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Futurologia e escatologia

O PIG não se importa mais com a previsão do tempo. Agora se empenha em, além de prever os acontecimentos políticos, dar as notícias fresquinhas do cotidiano futuro no Palácio do Planalto.
Então, fazendo aquele corriqueiro exercício de futurologia, a maioria dos jornalões hoje (18 de maio de 2009) poderiam trazer as seguintes chamadas de primeira página:

Folha - Futuro presidente José Serra cria Comissão para Desestatização de Empresas que só dão dor-de-cabeça.
Brasília - O futuro excelentíssimo presidente José Serra disse, em entrevista exclusiva à Folha, que não quer perder tempo com discussões menores de quem será empossado como vice-presidente em 2010. Ele se concentra atualmente em receber sugestões de quais empresas serão melhor aproveitadas quando estiverem nas mãos da iniciativa privada. Segundo Serra "atualmente essas empresas são peso morto para o governo, devendo serem repassadas às mãos de administradores competentes e compromissados com o futuro do país. Como por exemplo os que privatizaram a Vale do Rio Doce e Telebrás." Pág. 3A

Estadão - Serra descarta, por enquanto, privatizar as águas do Rio São Francisco.
"Inicialmente seria muito custoso aos cofres da iniciativa privada cadastrar os que utilizam a água do Rio para que a cobrança seja feita. Porém nosso futuro governo já estuda uma PPP (Parceria Pública Privada) para iniciar essas primeiras atividades. E, após 3 anos, deixaremos o Parceiro Privado seguir em frente, arrecadando seus dividendos." Leia mais em Política (Pág. 5)

O Globo - PSDB não concorda com a criação de mais sete Ministérios no governo do futuro Presidente Serra
O futuro Ministro das Relações Exteriores, atual Senador Arthur Virgílio, exatamente como fez quando da criação da CPI da Petrobrás, subiu na mesa do também futuro Ministro de obras para o Nordeste, atualmente Senador José Sarney, e vociferou que "a criação de apenas sete Ministérios não será suficiente para abrigar os tantos aliados, colaboradores, agregados, benfeitores, malfeitores, capangas e demais membros do PSDB que lutaram bravamente para levar o futuro presidente José Serra ao Palácio do Planalto.

Logo teremos as manchetes dos principais noticiários da televisão brasileira, não percam!

O PETRÓLEO É NOSSO ... ou, Vocês estão pensando que isso aqui é a casa da mãe Joana?

Me desculpem pelo tempo que estive fora! Foram dias difíceis! Sem acesso nem contato com a civilização.
Mas agora vamos ao que interessa:



O Eduardo Guimarães em seu blog já começou uma campanha em protesto contra a mais uma palhaçada do PSDB dentro do Congresso Nacional: a criação da CPI da Petrobás.
No Blog Cidadania.com vocês poderão ter mais informações sobre essa nova manifestação.

PS:Figura retirada do Site Conversa Afiada.