segunda-feira, 23 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Assassinato no jardim da Infância
Assassinato seletivo: isso serve para provocar a guerra
Esta circulando pelos blogs e redes sociais trecho de um programa de TV paga [Manhattan Conection, ver vídeo acima] em que um dos comentaristas, Sr. Caio Blinder, apóia o “assassinato” de cientistas que participam do “programa de enriquecimento de urânio do Estado Terrorista iraniano”. Argumenta que é “preciso matar gente agora” para evitar mais mortes do futuro, além do que, acrescenta, “você intimida outros cientistas”.
O tema já foi intensamente debatido nos EUA, em 2007, quando o professor de direito Glenn Reynolds criticou o presidente Bush por não fazer o suficiente para parar o programa nuclear iraniano (vejam só Bush acusado de ser soft demais!) e, em seguida, defendeu que os EUA deveriam assassinar líderes religiosos e cientistas nucleares iranianos com o objetivo de intimidar o governo do Irã. Portanto, se nos EUA a justificativa para esse tipo de crime não é algo incomum, no Brasil - salvo engano meu- é a primeira vez que aparece publicamente nos meios de comunicação e por isso julgo necessário tecer algumas considerações.
No dia 11 de janeiro de 2012, Ahmadi Roshan, engenheiro químico da usina de enriquecimento de urânio de Natanz, foi assassinado nas ruas de Teerã após explosão de uma bomba em seu carro. É mais um de uma série de acontecimentos similares. Em dezembro de 2011, sete pessoas morreram em uma explosão em Yazd. Em 28 de novembro, uma bomba explodiu nas instalações nucleares em Isfahan. Em 12 de novembro, 17 pessoas foram mortas por uma explosão perto de Teerã.. Em 29 de novembro de 2010, o cientista Shahriari foi morto da mesma forma como Roshan, com uma bomba plantada em seu carro. Em todos os casos as autoridades dos EUA e de Israel negaram veementemente qualquer envolvimento.
Mas qual é o problema? De forma declarada ou encoberta tanto EUA, como Israel, sempre adotaram a tática do assassinato seletivo. Desde 11 de setembro, o governo dos EUA tem realizado operações similares (“assassinatos seletivos”) mesmo fora dos campos de batalha do Afeganistão e do Iraque, como no Iêmen, Paquistão, Somália, Síria e possivelmente em outros lugares, causando a morte de mais de 2 mil supostos terroristas e de incontáveis vitimas civis. A justificativa está fundamentada numa autorização legal, aprovada na Câmara e no Senado, atribuindo ao Presidente o poder para adotar as medidas que julgue necessárias para impedir ou prevenir atos de terrorismo internacional contra os Estados Unidos.
É importante notar que até pouco tempo atrás a justificativa para assassinar civis pressupunha a participação direta desses nas hostilidades. Quando se diz que um assassinato seletivo é "necessário" entende-se que matar era a única maneira de evitar um ataque iminente. Mas no caso dos cientistas é praticamente impossível afirmar que matá-los era necessário para impedir o Irã de lançar um ataque nuclear iminente contra Israel ou qualquer outro país. A não ser que haja uma nova doutrina em formação: “assassinato seletivo preventivo”.
Voltando ao porta-voz brasileiro dos fundamentalistas norte-americanos, o Sr. Blinder, que é uma pessoa bem informada, sabe que além da quantidade e qualidade de urânio ou plutônio, a produção de armas nucleares também requer os meios para levá-las ao seu destino (mísseis e ogivas). Portanto, é um projeto que envolve grande quantidade de cientistas, engenheiros e operadores. Levando à extremidade lógica o argumento dos fundamentalistas, será preciso assassinar mais algumas centenas ou mesmo milhares de pessoas. Claro, com o nobre objetivo de evitar mais mortes! Aliás, 90% das mortes de norte-americanos no mundo ocorrem devido à utilização de armas e munições produzidas no próprio EUA.
Portanto, somos tentados a concluir que os responsáveis pela indústria bélica (armas leves) nos EUA deveriam ser assassinados, pois evitaria a morte de milhares de norte-americanos? A ser levada a sério essa proposta (assassinato de cientistas), não é improvável que os congressos científicos internacionais acabem se convertendo em um verdadeiro festival de tiroteios e bombas. Aliás, o suposto efeito da intimidação, pressuposto dessas ações, está gerando um efeito oposto. Cerca de 1.300 estudantes universitários iranianos pediram para mudar as suas áreas de estudo para o campo das ciências nucleares após o assassinato. Veja só Sr Blinder! Será preciso eliminar esses estudantes também porque um dia eles serão cúmplices do projeto nuclear iraniano!
Dentro da mesma linha de raciocínio o proprietário do Atlanta Jewish Times, Andrew Adler, pediu desculpas na semana passada depois de sugerir que o assassinato do presidente Obama era uma opção que deveria ser considerada pelo governo israelense, conforme relatado pelo Huffington Post. De acordo com Adler, Israel tem apenas três opções disponíveis para se manter seguro: 1. atacar Hezbollah e o Hamas, 2. destruir as instalações nucleares do Irã; 3. assassinar Obama!
Estranhamente o “assassinato seletivo” ocorreu três dias após a afirmação do secretario de Defesa dos EUA de que era improvável que os iranianos estivessem tentando desenvolver uma arma nuclear e no momento em que governo iraniano reiniciava as negociações com o grupo (P5 +1) para autorizar a realização de uma visita de delegados da Agência Internacional de Energia Atômica em seu pais.
Fica claro que o objetivo do assassinato dos cientistas é provocar uma forte reação da linha dura iraniana justificando, dessa forma, os famosos ataques preventivos. De acordo com reportagem na Foreign Policy, que teve acesso a memorandos elaborados pelo governo Bush, a Mossad usa as credenciais da CIA para recrutar membros da organização Jundallah (considerada terrorista pelo governo dos EUA) para lançar ataques contra o Irã. Como notou o analista internacional, Pierre Sprey, vivemos um daqueles raros e perigosos momentos da história, quando o “Big Oil” e os israelenses estão pressionando a Casa Branca na mesma direção. A última vez que isso aconteceu resultou na invasão do Iraque.
(*) Professor de Relações Internacionais da PUC (SP) e do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP)
domingo, 7 de novembro de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
O TIROTEIO E O ESCAFANDRO
Quase nada, a não ser pelo fato de que vou me proteger de um, com o outro! Ou seja, pra me proteger do tiroteio eleitoral que se aproxima, vou vestir o escafandro!!!
Tudo bem, eu explico:
Está se aproximando talvez a mais sórdida campanha eleitoral já vista, pelo menos no Brasil.
As oposições, chefiadas pelo seu candidato mór, vem se preparando como índios antes da guerra. Claro que eles não estão só! O PIG veste o guerreiro, engraxa seu coturno, afia sua espada e lhe dá um beijo na face desejando boa sorte.
Os caciques da oposição dão bem o exemplo de como devem se comportar os "penas pagas" da imprensa. E estes repassam as tarefas criminosas para os ratos do submundo.
A notícia de que o site do PT foi hakeado, ocorrida hoje, mostra como os ratos estão famintos.
E é daí que vem a ideia do escafandro. O sites e blogs dos ratos e bichos moribundos merecem ser visitados sim, mesmo que o mal cheiro nos incomode. A não ser que usemos um escafandro ideológico e que o bom senso não permita sermos contaminados.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
ESTÁ ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA
2010 não será um ano comum, corriqueiro. Portanto decidí voltar às atividades.
Farei o possível pra ter pão/post quente todo dia.
Acho que todo mundo que tem algo a dizer deve colocar suas idéias e discutí-las.
Não tenho outro assundo que acho mais importante discutir no momento do que o de política. Portanto esse será o mote - como sempre foi - do blog.
Boa sorte a todos nós...
domingo, 16 de agosto de 2009
Campanha escancarada e escarniçada!
Serra, o desespero em campanha
Atualizado em 15 de agosto de 2009 às 14:00 Publicado em 15 de agosto de 2009 às 12:19
por Luiz Carlos Azenha
Existe um princípio do marketing eleitoral nos Estados Unidos segundo o qual você precisa definir o seu adversário antes que ele consiga se definir diante da opinião pública.
Como os EUA são a fonte onde bebem os marqueteiros do Brasil, deve ter nascido aí a estratégia de José Serra para chegar ao Planalto, aliada às ferramentas das quais ele já se utilizou em 2002 para matar a candidatura de Roseana Sarney no berço: o trabalho de agentes públicos que dão um ar oficial aos dossiês, devidamente divulgados pela mídia. O padrão dos "assassinatos de reputação" está de volta.
Dilma, a terrorista, foi obra da Folha de S. Paulo. É uma espécie de pedágio que o jornal pagou, no rodízio que os órgãos da propaganda eleitoral de Serra fazem. Uma hora é a Folha que denuncia, repercutida pela Globo. Outra hora é a Veja que denuncia, repercutida pelo Estadão. De outra feita a Globo denuncia e os jornais correm atrás. É um ciclo de retroalimentação, sempre com objetivos políticos. Informações são misturadas a boatos e ilações. Em um fato real são penduradas dezenas de suposições. A estratégia pressupõe que o eleitor é estúpido, que o leitor, o telespectador e o ouvinte jamais saberão discernir o real do imaginado.
Finalmente, nessa estratégia, as pesquisas eleitorais medem os resultados. Peças da narrativa que não deram certo são descartadas. E é assim que a campanha é calibrada. Dilma a terrorista deu para trás.
Agora passamos a uma nova fase: Dilma, a mentirosa aliada de gente financiada por narcotraficantes.
Para estudar esse fenômeno eleitoral, a edição da revista Veja que chegou às bancas é um primor. Revela uma sofisticação inédita. Na capa, anuncia o confronto Dilma x Lina [a ex-secretária da Receita Federal que acusou Dilma de ter pedido a ela agilidade nas investigações sobre a família Sarney em encontro que a ministra nega].
"Cabe à acusadora mostrar as provas contra a ministra", diz o título. No índice, a chamada é outra: "Dilma: uma rebelião surda contra sua candidatura". Finalmente, na reportagem, o título: "Quem está dizendo a verdade?" O texto é um maravilhoso exemplo de como encher espaço com absolutamente nada.
Começa com uma pensata pretensiosa sobre o uso da mentira na política. Sugere descontentamento entre petistas com a candidatura de Dilma Rousseff. Alinhava "fatos e versões", com os títulos de "o fato", "o que disse a ministra" e "o que foi comprovado". Sugere, sem dizer isso escancaradamente, que Dilma é mentirosa. Ou, pelo menos, que não dá para confiar nela. "Se o rótulo de mentirosa colar na ministra, será muito difícil superar isso em uma campanha", diz o texto. Bastante sugestivo isso, especialmente quando impresso na Veja.
Mas a Veja não seria a Veja sem Diogo Mainardi. Depois de, sob o título de "O Dízimo do Tráfico", especular que dinheiro de narcotraficantes colombianos teria sido investido na Igreja Universal, ele escreve:
"A Igreja Universal, nos últimos dias, atrelou sua imagem à de Lula. É a mesma estratégia empregada por José Sarney. Um apoia o outro. Um defende o outro. Edir Macedo está com Lula e com Dilma Rousseff. Agora e em 2010. Se a Igreja Universal tem um Diploma de Dizimista, assinado pelo Senhor Jesus Cristo, Dilma Rousseff tem um Diploma de Mestrado da Unicamp, supostamente assinado pelo senhor Espírito Santo. O senhor Edir Macedo e o senhor Lula se entendem. Eles sabem capitalizar a fé".
O bom do Diogo Mainardi é que ele facilita sobremaneira o nosso trabalho. Em apenas um parágrafo conseguiu ilustrar a campanha de José Serra ao Planalto melhor que qualquer um faria. Juntou em apenas um parágrafo Lula mentiroso, Lula explorador da fé pública e José Sarney. Por associação, coloca no mesmo saco Dilma, Lula e gente que teria recebido financiamento de narcotraficantes colombianos. Só faltou juntar as FARC e o Fidel Castro.
Mas não se encerra por aí o primor desta edição imperdível. Tem mais. Tem seis páginas dedicadas ao novo e magistral livro de Ali Kamel sobre... Lula. Ou sobre as declarações de Lula. É curiosa essa obsessão do diretor de Jornalismo da TV Globo com aquele que ele, Kamel, tentou desesperadamente derrotar em 2006.
Depois de provar que não somos racistas, Kamel gasta 672 páginas para provar que... Lula não é Lula.
"Um brasileiro médio, mais ou menos crente em Deus e que se vê como proponente de uma sociedade capitalista onde haja mais harmonia entre pobres e ricos". É assim que Kamel define Lula. Sobre isso, leia aqui.
Para terminar, a verdadeira piada de Veja: precedendo as seis páginas dedicadas a Kamel, duas páginas de propaganda da Globo sobre o Criança Esperança. Poderia ser um pouco menos explícito?
PS: Não percam, neste sábado, o Jornal Nacional repercutindo a capa da Veja. Estamos de volta a 2006.
PS2: A simbiose entre Veja, Globo, Kamel e Mainardi se estende aos políticos que alimentam e prestam serviço a ambos. O compadrio entre a elite brasileira é coisa antiga.
sábado, 15 de agosto de 2009
Barbeiro, seu passado lhe condena!!!
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Rebatizado no Budismo como Gento Ryotetsu, na condição de monge leigo, o paulistano Heródoto Barbeiro, de 63 anos, é o que podemos chamar de um homem hiperativo multimídia. Há 16 anos comandando o Jornal da CBN, emissora do Sistema Globo de Rádio, da qual é Gerente de Jornalismo, Barbeiro é também o apresentador do programa Roda Viva, na TV Cultura, canal tucano de São Paulo.Formado em História, Direito e Jornalismo, Barbeiro já fez muita coisa na vida antes de se tornar famoso. Uma de que se orgulha é ter sido professor de madureza ginasial, em priscas eras, e de cursinho pré-vestibular. Curiosamente, seu nome original de batismo homenageia o grego homônimo, nascido em Halicarnasso, 484 anos antes de Cristo, considerado o "Pai da História".Escritor, articulista em jornais, revistas e internet, conferencista e até ativista ambiental, a biografia de Heródoto Barbeiro na Wikipédia diz ainda que ele foi, "durante muitos anos, simpatizante do Partido dos Trabalhadores (PT)". Existe, porém, algo em seu laureado curriculum vitae que ele não costuma rememorar publicamente: sua ligação com o partido que deu sustentação política à ditadura militar instalada no Brasil, nos anos 60. Nas eleições de 1974, Heródoto Barbeiro, ostentando o número 143, foi candidato a deputado federal pela ARENA - Aliança Renovadora Nacional, fazendo dobradinha com seu ex-colega de cursinho Paulo Kobayashi, falecido em abril de 2005. Conhecido como Professor Koba, é ele quem aparece na foto abaixo, posando diante do outdoor da campanha eleitoral. "Faça seu professor deputado", ordenava o slogan da dupla.
A informação - e a foto histórica que Barbeiro quer esquecer - podem ser encontradas no fascículo 11 da coleção "A ditadura militar no Brasil: a história em cima dos fatos", publicada pela revista Caros Amigos.
domingo, 2 de agosto de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
Virgílio, o paladino, recua!!
Aconselhado pelo partido, Virgílio decidiu pedir ao primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), que seja aberto novo processo administrativo contra o ex-diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Ele já responde a um processo administrativo, acusado de ser o responsável pela edição de atos secretos que foram editados pela administração da Casa nos últimos 14 anos. Se for julgado culpado, Maia pode ser demitido do Senado.
Virgílio já apresentou outras três denúncias ao Conselho de Ética contra Sarney. Duas delas responsabiliza o presidente do Senado por envolvimento no suposto esquema de desvio de dinheiro de incentivo cultural dado pela Petrobras à Fundação José Sarney e a outra pede apuração pela responsabilidade do peemedebista na edição dos atos secretos, adotados para criação de cargos, nomeações e aumentos salariais.
sábado, 18 de julho de 2009
O último "espirro" de Serra
Confira:
"Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia.
A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou.
Política e economia têm pontos em comum. Algumas forças determinam o rumo do processo, que ganha uma dinâmica que a maioria das pessoas demora em perceber. Depois, torna-se quase impossível reverter, a não ser por alguma hecatombe - um grande escândalo.
O início da derrocada
O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.
Basicamente:
1. O estilo autoritário-centralizador e a falta de punch para a gestão. O Serra do Ministério da Saúde cedeu lugar a um político vazio, obcecado com a política rasteira. Seu tempo é utilizado para planejar maldades, utilizar a mão-de-gato para atingir adversários, jornalistas atacando colegas e adversários e sua tropa de choque atuando permanentemente para desestabilizar o governo.
2. Fechou-se a qualquer demanda da sociedade, de empresários, trabalhadores ou movimentos sociais.
3. Trocou programas e ideias pelo modo tradicional de fazer política: grandes gastos publicitários, obras viárias, intervenções suspeitíssimas no zoneamento municipal (comandado por Andrea Matarazzo), personalismo absurdo, a ponto de esconder o trabalho individual de cada secretário, uso de verbas da educação para agradar jornais. Ao contrário de Franco Montoro, apesar de ter alguns pesos-pesados em seu secretariado, só Serra aparece. Em vez de um estado-maior, passou a comandar um exército de cabos e sargentos em que só o general pode se pronunciar.
4. Abandonando qualquer veleidade de inovar na gestão, qual a marca de Serra? Perdeu a de bom gestor, perdeu a do sujeito aberto ao contato com linhas de pensamento diversas (que consolidou na Saúde), firmou a de um autoritário ameaçador (vide as pressões constantes sobre qualquer jornalista que ouse lhe fazer uma crítica).
5. No meio empresarial (indústria, construção civil), perdeu boa parte da base de apoio. O mercado o encara com um pé atrás. Setores industriais conseguem portas abertas para dialogar no governo federal, mas não são sequer recebidos no estadual. Há uma expectativa latente de guerra permanente com os movimentos sociais. Sobraram, para sua base de apoio, a mídia velha e alguns grandes grupos empresariais de São Paulo - mas que também (os grupos) vêem a candidatura Dilma Rousseff com bons olhos.
A rede de interesses
O PSDB já sabe que o único candidato capaz de surpreender na campanha é Aécio Neves. Deixou marca de boa gestão, mostrou espírito conciliador, tem-se apresentado como continuidade aprimorada do governo Lula - não como um governo de ruptura, imagem que pegou em Serra.
Será bem sucedido? Provavelmente não. Entre a herança autêntica de Lula - Dilma - e o genérico - Aécio - o eleitor ficará com o autêntico. Além disso, se Serra se tornou uma incógnita em relação ao financismo da economia, Aécio é uma certeza: com ele, voltaria com tudo o estilo Malan-Armínio de política econômica, momentaneamente derrotado pela crise global. Mas, em caso de qualquer desgaste maior da candidatura oficial, quem tem muito mais probabilidade de se beneficiar é Aécio, que representa o novo, não Serra, que passou a encarnar o velho.
Acontece que Serra tem três trunfos que estão amarrando o PSDB ao abraço de afogado com ele.
O primeiro, caixa fornida para bancar campanhas de aliados. O segundo, o controle da Executiva do partido. O terceiro, o apoio (até agora irrestrito) da mídia, que sonha com o salvador que, eleito, barrará a entrada de novos competidores no mercado.
Se desiste da candidatura, todos os que passaram a orbitar em torno dele terão trabalho redobrado para se recolocarem ante outro candidato. Os que deram apoio de primeira hora sempre terão a preferência.
Fica-se, então, nessa, de apelar para os escândalos como último recurso capaz de inverter a dinâmica descendente de sua candidatura. E aí sobressai o pior de Serra.
Ressuscitando o caso Lunus
Em 2002, por exemplo, a candidatura Roseana Sarney estava ganhando essa dinâmica de crescimento. Ganhara a simpatia da mídia, o mercado ainda não confiava em Serra. Mas não tinha consistência. Não havia uma base orgânica garantindo-a junto à mídia e ao eleitorado do centro-sul. E havia a herança Sarney.
Serra acionou, então, o Delegado Federal Marcelo Itagiba, procuradores de sua confiança no episódio que ficou conhecido como Caso Lunus - um flagrante sobre contribuições de campanha, fartamente divulgado pelo Jornal Nacional. Matou a candidatura Roseana. Ficou com a imagem de um chefe de KGB.
A dinâmica atual da candidatura Dilma Rousseff é muito mais sólida que a de Roseana.
1. É apoiada pelo mais popular presidente da história moderna do país.
2. Fixou imagem de boa gestora. Conquistou diversos setores empresariais colocando-se à disposição para conversas e soluções. O Plano Habitacional saiu dessas conversas.
3. Dilma avança sobre as bases empresariais de Serra, e Serra se indispôs com todos os movimentos sociais por seu estilo autoritário.
4. Grande parte dessa loucura midiática de pretender desestabilizar o governo se deve ao receio de que Dilma não tenha o mesmo comportamento pacífico de Lula quando atacada. Mas ela tem acenado para a mídia, mostrando-se disposta a uma convivência pacífica. Não se sabe até que ponto será bem sucedida, mas mostrou jogo de cintura. Já Serra, embora tenha fechado com os proprietários de grupos de mídia, tem assustado cada vez mais com sua obsessão em pedir a cabeça de jornalistas, retaliar, responder agressivamente a qualquer crítica, por mais amena que seja. Se já tinha pendores autoritários, o exercício da governança de São Paulo mexeu definitivamente com sua cabeça. No poder, não terá a bonomia de FHC ou de Lula para encarar qualquer crítica da mídia ou de outros setores da economia.
5. A grande aposta de Serra - o agravamento da crise - não se confirmou. 2010 promete ser um ano de crescimento razoável.
Com esse quadro desfavorável, decidiu-se apertar o botão vermelho da CPI da Petrobrás.
O caso Petrobras
Com a CPI da Petrobras todos perderão, especialmente a empresa. Há um vasto acervo de escândalos escondidos do governo FHC, da passagem de Joel Rennó na presidência, aos gastos de marketing especialmente no período final do governo FHC.
Todos esses fatos foram escondidos devido ao acordo celebrado entre FHC e José Dirceu, visando garantir a governabilidade para Lula no início de seu governo. A um escândalo, real ou imaginário, aqui se devolverá um escândalo lá. A mídia perdeu o monopólio da escandalização. Até que grau de fervura ambos os lados suportarão? Lá sei eu.
O que dá para prever é que essa guerra poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado.
Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio."
terça-feira, 2 de junho de 2009
Segredinhos
Colunista de um certo jornal diário que acha que a ditadura foi branda escreveu recentemente que a desconcentração de recursos publicitários no governo Lula é Bolsa-Mídia.
Até acho que ele de certa forma ele tem razão. O Bolsa-Família faz justiça social. E a diversificação dos recursos publicitários coloca os pontos nos is da realidade da comunicação brasileira. Se a iniciativa privada não entendeu isso é porque suas agências são preconceituosas. E vivem de Bonificação por Volume (o famoso BV). Se o colunista não sabe o que é isso e como funciona, me disponho a lhe explicar.
Os veículos ditos grandes a cada dia que passa tem tiragem menor, qualidade mais sofrível e pautam menos o debate. Tanto é verdade que eles se juntaram todos para derrubar o governo em 2005 e foram derrotados. Não só nas urnas. Mas na opinião pública e na esfera da comunicação.
Mas é engraçado como certos colunistas são seletivos. Não me lembro deste, por exemplo, criticando o governo Serra por conta das milionárias assinaturas que fez das revistas da Editora Abril.
Mas já que ele falou do governismo subalterno de certos blogues, vou aqui falar de uma outra coisa bem mais subalterna.
Na campanha de 2006, esse mesmo colunista, na condição de editor de um caderno muito especial para a disputa eleitoral, recebia sempre na mesma hora uma certa ligação. Ele começava então a ler baixinho para o interlocutor as manchetes do dia seguinte, uma a uma. E às vezes explicava o motivo de uma ou outra coisa estar desse ou daquele jeito.
Na redação, não eram poucos os que sabiam o nome do interlocutor.
Será que o leitor pode imaginar quem era?
Menas, coleguinha, menas.
Este blogueiro está à disposição para um debate sobre a nova esfera da comunicação e a necessária diversidade informativa para que a nossa democracia se consolide.
Pode marcar hora e local. E levar a platéia.
Confira o Blog do Rovai
sexta-feira, 29 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Formação de texto
Ele chama vários dos seus textos de "textos de formação". hahaha!!! É rir pra não chorar....
Mas vamos à um texto, publicado ontem no blog Brasília, eu ví, do jornalista Leandro Fortes.
Este sim, pode ser considerado um texto de formação.
"Eu estava mesmo querendo falar sobre essa incrível cruzada ao fundo do poço que a oposição, PSDB à frente, decidiu empreender contra a Petrobras, justo no momento em que a empresa se posiciona como uma das grandes do planeta. Sim, a inveja é uma merda, todo mundo sabe disso, mas mesmo a mais suntuosa das privadas tem um limite de retenção. Como não se faz CPI no Brasil sem um acordo prévio com publishers e redações, fiquei quieto, aqui no meu canto, com meus olhos de professor a esperar por um bom exemplo para estudo de caso, porque coisa chata é ficar perdido em conjecturas sem ter um mísero emblema para oferecer aos alunos ou, no caso, ao surpreendente número de pessoas que vem a este blog dar nem que seja uma olhada. Pois bem, esse dia chegou.
Assinante do UOL há cinco anos, é com ele que acordo para o mundo, o que não tem melhorado muito o meu humor matutino, diga-se de passagem. De cara, vejo estampada, em letras garrafo-digitais, a seguinte manchete:
Petrobras gastou R$ 47 bi sem licitação em seis anos
Teca, minha cocker spaniel semi-paralítica, se aninha nos meus pés, mas eu não consigo ficar parado. Piso nas patas traseiras dela, mas, felizmente, ela nada sente. A dedução, de tão lógica, me maltrata o ânimo. Se tamanha safadeza ocorreu nos últimos seis anos, trata-se da Era Lula, redondinha, do marco zero, em 2003, até os dias de hoje. Nisso, pelo menos, a matéria não me surpreende. Está lá: Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras gastou cerca de R$ 47 bilhões em contratos feitos sem licitação, informa reportagem de Rubens Valente, publicada na Folha desta quarta-feira (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). Pá-pá-pá. Preto no branco. Tiro à queima roupa. Um lead jornalístico seco como biscoito de polvilho. Desde que chegou ao Planalto, Lula deixou a Petrobrás gastar 47 bilhões de reais em contratos sem licitação. Vamos, portanto, à CPI. Nada de chiadeira. Demos e tucanos, afinal, têm razão. Bilhões delas. Dane-se o Pré-Sal
e o mercado de ações. Quem for brasileiro que siga Arthur Virgílio!
Mas, aí, vem o maldito segundo parágrafo, o sublead, essa réstia de informação que,
pudesse ser limada da pirâmide invertida do texto jornalístico, pouparia à
oposição tocar a CPI sem o constrangimento de ter que bolar malabarismos
retóricos em torno das informações que se seguem. São elas, segundo a Folha On
Line: Amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso em 1998 e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), a petroleira contratou sem licitação serviços como construção, aluguel e manutenção de prédios, vigilância, repasses a prefeituras, gastos com advogados e patrocínios culturais, entre outros. O valor corresponde a 36,4% do total de gastos com serviços (R$ 129 bilhões) da petroleira de janeiro de 2003 a abril de 2009. A prática não começou com Lula. Somente entre 2001 e 2002, sob a administração de Fernando Henrique (PSDB-SP), a petroleira contratou cerca de R$25 bilhões sem licitações, em valores não atualizados.
Parem as rotativas digitais! Contenham as massas! Abatam os abutres! Como é que é? Volto à minha sala de aula imaginária (só poderia ser, porque hoje eu nem dou aula). Vamos fazer uma análise pontual do texto jornalístico, menos pelo estilo, impecável em sua dureza linear, diria até cartesiana, mas pela colocação equivocada das informações. Depois caem de pau em cima de mim porque defendo a obrigatoriedade do diploma. Vamos lá:
1) Na base da pirâmide invertida, há uma informação que deveria estar no lead e, mais ainda, no título da matéria. Senão, vejamos. Se entre 2001 e 2002 a Petrobras gastou 25 bilhões, “em valores não atualizados” (???), em contratos sem licitações, logo, a matéria deveria começar, em seu parágrafo inicial, com a seguinte informação: “Nos últimos oito anos, a Petrobras gastou R$ 72 bilhões (R$ 47 bilhões + R$ 25 bilhões, “em valores não atualizados”) em contratos sem licitações. Então, CPI nessa cambada! Mas que cambada? Sigamos em frente.2) O mesmo derradeiro parágrafo informa que a “prática” se iniciou “sob a administração” de Fernando Henrique Cardoso, aquele presidente do PSDB. Aliás, reflito, só é “prática” porque começou com FHC. Se tivesse começado com Lula, seria bandalha mesmo. Mas sou um radical, não prestem atenção em mim. Continuemos a trabalhar dentro de parâmetros técnicos e jornalísticos. Logo, a CPI tem que partir para cima do PT e do PSDB. Um pouco mais em cima do PSDB. Por quê? Explico.
Poderia até acrescentar que a Petrobras vale no mercado, hoje, R$ 300 bilhões, e que valia R$ 54 bilhões quando FHC deixou o governo. Mas é preciso manter o foco jornalístico, sem exageros.
4) Temos, então, uma lógica primária. Com base em uma lei de FHC, amparada pelo STF, a Petrobras tem feito contratos sem licitações, de 2001 até hoje. A “prática” é irregular? CPI neles! Todos. Mas, antes, hora de refazer o título e o lead!
Petrobrás gastou R$ 72 bi em contratos sem licitação, em oito anos
Desde 2001, durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), até abril deste ano, a Petrobras gastou cerca de R$ 72 bilhões em contratos feitos sem licitação. Os gastos foram autorizados, em 1998, por um decreto presidencial assinado por FHC e, posteriormente, amparados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre 2001 e 2002, a empresa, sob administração tucana, gastou R$ 25 bilhões em contratos do gênero, em valores não atualizados, uma média de R$ 12,5 bilhões por ano. No governo Lula, esses gastos chegaram a R$ 47 bilhões, entre 2003 e abril de 2009, uma média de R$ 7,8 bilhões anuais.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Relembrando Protógenes
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Futurologia e escatologia
O PETRÓLEO É NOSSO ... ou, Vocês estão pensando que isso aqui é a casa da mãe Joana?
Mas agora vamos ao que interessa:
domingo, 26 de abril de 2009
Glauber explica
No ano de 1966 o cineasta Glauber Rocha fez um documentário, encomendado pelo então rescém-eleito José Sarney, com o propósito de mostrar a triste realidade do povo.
Seria cômico, se não fosse trágico, ouvir o mandachuva lamentar aquela pobreza toda e prometer que à partir daquele momento tudo iria mudar.
A grande balela pode ser percebida hoje, 43 anos depois das promessas. O único a encher os bolsos foram os "amigos dos amigos".
Veja o documentário:
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Vampiros vão morder em 2010!!!!
A ideologia do atraso
Rui Daher, de São Paulo
No Brasil, tudo o que parecer estapafúrdio pode estar contaminado por algum viés político.
Não se espante, portanto, ao saber que a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), presidida pela senadora, pecuarista e potencial candidata ao governo de Tocantins, Kátia Abreu (DEM-TO), está orientando os produtores "a botarem o pé no freio do plantio e do uso de tecnologia na safra 2009/10".
Maysa, em minissérie, entoou a angústia gerada pela crise econômicaPor Gabriel Daher
É acompanhada das União Democrática Ruralista (UDR) e Sociedade Rural Brasileira (SRB), e formam o trio de ferro do atraso, pela recusa em aceitar os benefícios que as inclusões social e ambiental trariam ao País, se incorporadas à agropecuária.
Como não podem dizer a que realmente vêm, argumentam que uma produção maior irá ampliar as dívidas e os excedentes provocados pela queda de consumo trazida pela crise. Notem que estão se referindo a uma colheita que ocorrerá no 1° semestre de 2010, futuro que bons analistas econômicos não arriscam prever.
É do conhecimento até do mundo mineral, para usar expressão do jornalista Mino Carta, que o impacto da crise sobre demanda, preços de alimentos e comércio internacional, faria a agropecuária ajustar-se a patamares inferiores aos recordes de 2008, longe ainda, no entanto, de caracterizar qualquer catástrofe.
É necessário mais reflexão antes de estender à agricultura o pânico que se espalhou no final do ano passado.
Naquele momento, uma surpreendente e brutal escassez de crédito, tardiamente respondida pelo BC, contaminou toda a economia, em especial a indústria e a construção civil, que rodavam, há um bom tempo, acima da velocidade-cruzeiro da renda dos consumidores.
Projetar a mesma preocupação para o calendário agrícola futuro, depois de uma das mais bem sucedidas safras de nossa história, era apenas entrar no trupe da manada.
A renda agrícola, que entre 2000 e 2007 teve média de R$ 127 bilhões, com dois picos próximos de R$ 145 bi, em 2008, chegou a R$ 161 bi. Pois bem, a mais recente estimativa do Ministério para 2009 é que ela atinja R$ 154 bi, 4,3% abaixo do recorde.
Lembremos que, em janeiro deste ano, acompanhando a angústia existencial que se arrastava na tela da TV Globo com a minissérie sobre a cantora Maysa, o trio de ferro alertava para uma queda superior a 10% na renda da safra 2008/09.
Mesmo a safrinha de milho, que para os arautos do infortúnio poderia nem mesmo ser plantada, na estimativa da CONAB, deverá atingir 18 milhões de toneladas, uma queda de apenas 3,5% sobre 2008.
Pelo lado das exportações agrícolas, o jornal "China Daily" informa que, depois da desaceleração do início do ano, as vendas brasileiras para aquele país cresceram 52,5% em março, fato que se repetiu com Índia e Irã.
Outro indicador de que o futuro da agropecuária não aparece tão ingrato é a contínua valorização dos preços das terras. Segundo o jornal "Valor Econômico", citando levantamento da consultoria AgraFNP, "o preço médio do hectare alcançou o recorde nominal de R$ 4.373".
Motivos: valorização das commodities no começo do ano, retomada do interesse de investidores internacionais e desvalorização do real que devolveu competitividade aos produtos de exportação.
Fica difícil, assim, entender qual a base que faz aconselhar plantios e usos menores de tecnologia na próxima safra. Os comandantes do trio de ferro cercam-se de profissionais competentes e são, em sua maioria, donos de terras e de empresas agropecuárias. Para terem sucesso, é provável que não sigam suas predições nos negócios próprios.
Será que é justo usar as associações para subordinar o desenvolvimento do país e de milhares de produtores rurais a interesses políticos pessoais?
Rui Daher é administrador de empresas, consultor da Biocampo Desenvolvimento Agrícola.
terça-feira, 21 de abril de 2009
"Vou fingir que não é comigo". Ou, A CARA DE PAU DA REDE GLOBO
No vídeo acima vocês vão ver uma das matérias mais cara-de-pau (ainda com hífen) exibidas pela dona Globo.
Nela, repórteres, apresentador, comentarista e entrevistados demonstram tremenda indignação e tristeza com a retirada do patrocínio pelo Finasa/Bradesco para o time de vôlei feminino de Osasco.
Agora, sabem qual foi o principal motivo de a patrocinadora retirar o apoio?
Parece incrível, mas a maior responsável por isso foi a Rede Globo.
A rede Globo, como detentora dos direitos de transmissão da Superliga de vôlei feminino, tem como "política" interna não citar o nome de empresas que patrocinam equipes, a não ser que essas empresas comprem cotas de patrocínio da emissora.
Outro problema é que a Globo não transmite nem 20% do total de jogos da Superliga.
Somados esses dois motivos, os patrocinadores não vêem seus produtos com exposição significativa, suficiente para que os mesmos continuem financiando o esporte.
Segundo o jornalista Eric Betting, hoje no jornal de esportes da Radio Bandeirantes, as equipes do Ades/Rexona Rio de Janeiro e Cimed Florianópolis também estão arriscados a perderem seus patrocinadores principais.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Pimenta nos olhos dos outros...
QUINTA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2009
Ontem, o Jornal Nacional se superou. Aproveitou-se de um fato revoltante (a agressão promovida por seguranças da Supervia contra usuários dos serviços de trens urbanos do Rio) para tentar passar a imagem de que estão ao lado do povo e contra os poderosos. Lobo em pele de cordeiro perde.
É fácil pressionar o presidente da Supervia, como fizeram no JN (reportagem acima). Mas, cadê a valentia, quando o agressor está sob comando do governador de São Paulo e presidente eleito pela mídia, José Serra?
Vejam o vídeo abaixo, retirado do mesmíssimo JN. A PM de José Serra agride e ataca com gás de pimenta mulheres (uma delas, grávida) e crianças.
Por que Bonner, Fátima e Kamel não convidaram José Serra para fazer com ele o que fizeram com o presidente da Supervia?
Por que não convidaram José Serra, quando houve o famoso confronto entre as Polícias Civil e Militar, também em seu governo?
Por que Quando é aliado do governo, Jornal Nacional denuncia. Quando é tucano, silencia?
O desrespeito e a violência contra a população (como a ocorrida com seguranças da Supervia), especialmente os mais pobres, mulheres e crianças, não é exceção, é REGRA, e o exemplo vem de cima: acontece nos trens, nos estádios de futebol, nos bailes e eventos populares, nas comunidades, sob o silêncio cúmplice do Jornal Nacional – ou até mesmo incentivado por eles, como a campanha que as Organizações Globo movem há décadas pela remoção das favela.
Comentário: Agora reparem na indignação dos apresentadores do JN quando entrevistam o diretor da empresa ferroviária!
Seguindo aquela velha máxima "cada um bate em quem pode", os dois cumprem à risca as determinações da chefia.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Tempos Bicudos
terça-feira, 14 de abril de 2009
Essa foi de lascar....!
Foi escrito pelo jornalista e escritor José Roberto Torero, que escreve no blog do Torero.
É uma pena que o texto ainda n;ao esteja no blog, por isso foi retirado do blog do Juca Kfouri.
Aí vai, na íntegra:
Comparar as heroicas voltas de Ronaldo ao futebol com o suor da cerveja é chamar o espectador de estúpido
BEBERRAZ leitor, alcoofilista leitora, vocês viram o comercial do Ronaldo? O comercial da Brahma?
Para quem não viu, faço um resumo: ele aparece driblando vários obstáculos, faz um trocadilho entre o suor dele e o suor da cerveja e acaba dizendo, com um copo na mão, que é um "brahmeiro".
Como assim? Um atleta importante fazendo comercial de cerveja? Ou pior, um atleta ainda gordo, em recuperação, fazendo comercial de cerveja? Não entendi. E não entendi porque me parece uma propaganda ruim para os dois.
Para a cerveja, porque eu, vendo o comercial, penso: "Poxa, cerveja engorda pra caramba!". Para o jogador, porque mostra que ele não é um atleta sério. É um cara que bebe mesmo ainda estando longe da sua melhor forma.
A Brahma e Ronaldo já estiveram juntos em outros comerciais.
É uma parceria antiga, desde que ele tinha 17 anos. Mas ela já foi mais sutil e inteligente.
Lembro que houve uma propaganda chamada "Guerreiro" em que apenas aparecia o rosto do jogador e havia um bom texto ao fundo.
Outra trazia Ronaldo como um toureiro, driblando um touro várias vezes até que o vencia e abria a garrafa nos chifres do animal.
Mas este novo comercial está bem abaixo dos anteriores.
Agora há uma ligação direta entre futebol e álcool. E obviamente os dois não combinam.
A campanha ainda teve o azar de vir logo depois do anúncio de aposentadoria (talvez compulsória) de Adriano, que tem seu nome associado a problemas com bebidas.
Estou longe de ser uma virgem vestal, defensor da pureza absoluta ou abstêmio radical.
Até sou a favor da liberação de drogas leves (o que existe em parte, já que as bebidas alcoólicas são drogas leves), mas jogador fazer propaganda explícita de cerveja não dá. Passa da conta.
A legislação permite que as propagandas de bebidas abaixo de 13 graus GL (Gay-Lussac) sejam exibidas em qualquer horário. Por isso é que vemos comerciais de cervejas e dessas vodkas ice a toda hora. Porém, em maio de 2007, Lula assinou um decreto que classificou como alcoólica toda bebida com mais de 0,5 grau GL. Só que, inexplicavelmente, esse decreto não restringiu a propaganda de cerveja.
Voltando ao comercial, que foi criado pela agência África, no texto o atacante afirma que tem orgulho de "cair e se levantar". O redator não devia estar sóbrio quando o escreveu. É uma frase muito infeliz. Uma piada pronta. Tanto que, na mesma hora, o amigo com quem eu via o jogo comentou: "Cair e se levantar não é grande coisa. Qualquer bêbado consegue isso".
E comparar o esforço heroico de Ronaldo para voltar três vezes ao futebol com o suor da cerveja é chamar o espectador de estúpido. É fazer troça da fantástica recuperação do jogador, que deveria falar "Eu sou artilheiro" e não "Eu sou brahmeiro".
A publicidade brasileira, que já foi das melhores do mundo, vem piorando nos últimos anos. Mas, agora, se superou.
Acho que, pelo menos, para desencargo de consciência, esta nova propaganda deveria vir com um daqueles avisos no final, algo do tipo: "O Ministério da Saúde adverte: Cerveja dá barriga e faz você confundir mulher com similares".